PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO
Leticia Pilat Esteves (SP3031578)
Ao falarmos sobre período composto por coordenação,
temos inicialmente as informações de que será um período formado por duas ou
mais orações e que essas orações são sintaticamente
independentes. É, portanto, feita para introduzir uma ideia nova, dentro de uma
sequência do tipo A + A. Para compreendermos melhor, tomemos por exemplo o
seguinte período:
O aluno acordou cedo e começou a
estudar.
Notemos, agora, como as duas orações possuem uma
independência sintática entre si:
1º O aluno acordou cedo
2º O aluno começou a estudar
Entretanto, olhar as orações separadas não
proporciona o alcance na integridade do pensamento que pretendia ser
transmitido, fica uma informação incompleta. Isso acontece pois é necessária a
presença das duas orações para chegar à ideia final, não obstante poder cada
qual delas existir por si só.
ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS E
ASSINDÉTICAS
Existem duas maneiras de classificar as orações
coordenadas, inicialmente. No exemplo apresentado acima, as orações são
conectadas por meio de uma conjunção
coordenativa, entretanto, podemos encontrar períodos em que não apareça conjunção alguma:
Meu filho não quer trabalhar, estudar,
ser independente.
Neste período, as orações se sucedem sendo realçadas
por leve pausa na entonação ou uma marca de vírgula na escrita. Sendo assim,
temos orações coordenadas assindéticas.
Quando tivermos uma conexão sendo feita por uma conjunção coordenativa, chamaremos de orações coordenadas sindéticas. As
orações coordenadas sindéticas recebem o nome das conjunções que as iniciam,
classificando-se, portanto, em: aditivas, adversativas, alternativas,
conclusivas, explicativas.
ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
- Oração
coordenada sindética aditiva:
são orações que expressam ideia de adição, acréscimo e, geralmente,
indicam enumeração ou sequência. As conjunções mais recorrentes para esse
uso são “e” e “nem” (e + não).
Exemplo:
Eu e meu namorado jantamos fora e
fomos ao cinema.
Não gostava de jogar
futebol nem de andar de bicicleta.
Existem outras conjunções aditivas ou
locuções conjuncionais coordenativas aditivas que podem ser utilizadas: também, bem como, não só... mas também, não
só... como também, tanto... como, não só... mas ainda, não só...bem como, assim... como.
Exemplo: Chico Buarque não só canta, mas também (ou como também) compõe
muito bem.
Não só provocaram graves
problemas, mas (também) abandonaram
os projetos de reestruturação social do país.
- Oração coordenada
sindética adversativa: são orações que apresentam oposição à declaração da oração
anterior, estabelecendo contraste ou compensação. As conjunções mais
utilizadas são: mas, porém,
contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante, nada obstante.
O uso de vírgula é obrigatório ao introduzir uma oração coordenada
sindética adversativa.
Exemplo: Eu
queria ir à festa, mas minha mãe não
deixou.
Gostaria de ter sido
aeromoça, contudo não tive essa
oportunidade.
- Oração
coordenada sindética alternativa:
são orações que expressam ideia de alternância ou escolha em relação à oração
anterior. O uso da vírgula também será obrigatório nesses casos e suas
conjunções mais recorrentes são: ou, ora...
ora, já... já, quer... quer, seja... seja, nem... nem.
Exemplo: Faça
o que o juiz manda ou irá preso.
Ora
você gosta de mim, ora não gosta.
Quer
festeje hoje, quer festeje amanhã,
não irei ao seu aniversário.
- Oração
coordenada sindética conclusiva: são
orações que exprimem o sentido de conclusão ou consequências referente à
oração anterior. As conjunções ou locuções conjuncionais coordenativas
conclusivas mais comuns para esse tipo de oração são: logo,
pois, portanto, assim, por isso, por consequência, por conseguinte,
consequentemente, de modo que, desse modo, então.
Exemplo:
Não tenho dinheiro, portanto não
posso pagar.
Ela fez um belíssimo
trabalho, por isso será contratada
novamente.
Aquela substância é
toxica, logo deve ser manuseada
cautelosamente.
- Oração
coordenada sindética explicativa: são
orações que apresentam uma justificativa ou explicação referente à
declaração da oração anterior. As conjunções coordenativas explicativas ou
locuções conjuncionais coordenativas explicativas mais recorrentes são: que, porque, porquanto, pois, na
verdade, isto é, ou seja, a saber.
Exemplo:
Vinícius devia estar cansado, porque
estudou o dia inteiro.
Eu não tenho mais
dinheiro, então não posso sair hoje.
O país é democrático, logo
ganha quem tem o voto da maioria.
ATENÇÃO:
É importante lembrar que o que determina a classificação da
oração não é a conjunção que será usada, mas o valor que está sendo empregado e
o sentido que a oração transmite.
Por
exemplo:
Rodrigo
não só chegou atrasado, mas também faltou à reunião.
Apesar
de haver uma conjunção “mas” que é comum para orações adversativas, o valor
empregado na oração é o de adição, já que apresenta dois fatos que ocorreram:
Rodrigo chegou atrasado E faltou na reunião.
Gramáticos
como Bechara, por exemplo, desconsideram essa interpretação pois ela decorre de
uma “experiência do mundo”, sem que haja interferência na relação sintática que
as duas orações mantêm entre si. Os conectores, nessa visão, são meros
conectores de orações e levam sua missão semântica fixa: a conjunção E sempre
será uma conjunção com valor semântico de adição.
ATENÇÃO: É
importante tomar cuidado para não confundir as orações coordenadas explicativas
com as subordinadas adverbiais causais. A diferença básica entre elas é:
- Orações Coordenadas Explicativas: expressam
uma justificativa ao que foi dito na oração anterior e possuem
independência sintática.
Por
Exemplo:
Ela
foi reprovada no teste, por isso não passou no concurso.
Não
ter passado no curso é uma consequência de ter sido reprovada no teste, não a
causa do que foi declarado.
Note
também que há pausa (vírgula, na escrita) entre a oração explicativa e a
precedente e que esta é, muitas vezes, imperativa, o que não acontece com a
oração adverbial causal.
Por
exemplo:
Cumprimente-o,
pois hoje é o seu aniversário.
·
Orações Subordinadas Adverbiais
Causais: exprimem a causa do fato e não possuem independência sintática.
Por
Exemplo:
Henrique
está triste porque perdeu seu emprego.
A
perda do emprego é a causa da tristeza de Henrique.
Referências
BECHARA,
Evanildo. Moderna gramática do português.
38. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova gramática do
português contemporâneo. 7. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2017.
LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua
portuguesa. 49. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011.
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