ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA
As orações subordinadas adjetivas são aquelas
orações que dependem de uma principal e exercem sobre essa a função sintática
de adjunto adnominal, como uma espécie de adjetivos para a primeira. Na construção
do período, as adjetivas subordinam-se, portanto, a qualquer termo da oração
anterior cujo núcleo seja substantivo ou equivalente de substantivo.
Essas orações são introduzidas pelos pronomes
relativos que, quem, a qual, o qual, as
quais, os quais, cujo (com
sentido de posse ou pertencimento) ou advérbios relativos onde, quando e como.
Exemplos: Esta foi uma
redação que fez
sucesso.
A água é
um líquido que não tem
cor.
Em ambos exemplos temos duas orações no período
marcadas por dois verbos, portanto temos períodos compostos, e a segunda oração
é subordinada à primeira, já que funciona como termo acessório de outra oração.
Podemos notar também que a oração subordinada, nos dois casos, inicia-se com um
pronome relativo “que” (o “que” pronome relativo equivale a “a qual, o qual, as
quais, os quais) e adjetiva um substantivo apresentado na oração principal,
sendo “redação’ no primeiro exemplo e “líquido” para o segundo.
O emprego de orações adjetivas pode servir de
suporte para atribuir características mais complexas ao substantivo, para as
quais, muitas vezes, não existem na língua adjetivos léxicos.
Forma das Orações Subordinadas
Adjetivas
As orações subordinadas adjetivas apresentam-se de
duas formas. Para os casos em que as orações forem introduzidas por um pronome
ou advérbio relativo e apresentarem verbo no modo indicativo ou subjuntivo, as
orações subordinadas adjetivas são chamadas desenvolvidas. Já quando forem introduzidas por pronome ou advérbio
relativo e suas formas verbais estiverem no infinitivo, gerúndio ou particípio,
as orações adjetivas serão chamadas de reduzidas.
Exemplo: Ele foi o
primeiro aluno que se apresentou.
Ele foi
o primeiro aluno a se apresentar.
No primeiro exemplo temos uma oração subordinada adjetiva desenvolvida, pois ela é introduzida pelo
pronome relativo "que" e seu verbo está no pretérito do indicativo.
No segundo, temos uma oração subordinada
adjetiva reduzida de infinitivo: não há pronome relativo e seu verbo está
no infinitivo.
Abaixo temos uma tabela que auxilia a entender a
construção de cada forma:
Orações Desenvolvidas |
Orações Reduzidas |
Ele foi o primeiro orador que encantou a
plateia. |
Ele é sempre o primeiro a encantar a
plateia. (oração reduzida de infinitivo) |
Assisti as atuações dos velhinhos que cantam. |
Assisti as atuações dos velhinhos cantando. (oração
reduzida de gerúndio) |
Arrumou o quarto que a criança bagunçou. |
Arrumou o quarto bagunçado pela
criança. (oração reduzida de particípio) |
Restritivas e Explicativas
Há uma classificação para as orações subordinadas
adjetivas, sejam desenvolvidas ou reduzidas, elas poderão ser chamadas de
restritivas ou explicativas.
- A oração restritiva, como diz o nome, irá delimitar e particularizar o antecedente.
Exemplo:
As pessoas que são racistas merecem
ser punidas.
Segmentando o período acima temos:
Oração principal: As pessoas merecem ser punidas
Oração subordinada adjetiva restritiva: que são racistas
Notemos que a oração adjetiva é iniciada
por um pronome relativo “que”, tem função de adjunto adnominal e está restringindo
um grupo de pessoas: não são todas que merecem ser punidas, mas sim aquelas que
são racistas.
- Além das restritivas, temos as orações subordinadas adjetivas
explicativas.
Diferente das restritivas, as orações
adjetivas explicativas irão adicionar uma característica comum ao termo que se
refere.
Exemplo:
O exame final, que estava muito difícil, deixou
todos apreensivos.
Segmentando o período acima temos:
Oração principal: O exame final deixou todos apreensivos
Oração subordinada adjetiva explicativa: que estava muito difícil
Novamente temos a presença de um pronome
relativo “que” e um verbo no indicativo “estava”, entretanto uma característica
exclusiva das adjetivas explicativas é que ela será apresentada entre vírgulas. Neste caso, a qualidade
de “muito difícil” é atribuída ao “exame final”, considerando que todos os
exames finais são difíceis.
Observação: As
diferenças de significado que as orações restritivas e as explicativas implicam
pode servir de auxílio para tirar ambiguidade de enunciados e será relevante
para compreender o sentido que pretender ser atribuído. Em muitos casos, a
oração subordinada adjetiva será explicativa ou restritiva de acordo com o que
se pretende dizer.
Exemplo:
Mandei um telegrama para meu irmão que mora em Roma.
Mandei um telegrama para meu irmão, que mora em Roma.
Ambos enunciados, apesar de parecidos,
carregam em si significados diferentes. No primeiro caso temos uma oração
principal e uma oração subordinada
adjetiva restritiva, pois refere-se a um dos irmãos, aquele que mora em
Roma.
Já no segundo caso, por ser uma oração subordinada adjetiva explicativa,
a ideia que é apresentada é a de que existe apenas um irmão e este mora em
Roma.
Referências
CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova gramática do
português contemporâneo. 7. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2017.
LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua
portuguesa. 49. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011.
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