Termos integrantes da oração: Objeto direto e indireto
Análise
Sintática: Complementos Verbais e Nominais
Uma oração possui elementos que a compõe e alguns
desses têm a função de completar o sentido dos verbos e nomes. Para esses
elementos damos o nome de termos
integrantes da oração.
Como o próprio nome enfatiza, esses termos integram
a oração, portanto não fazem parte do núcleo essencial e podem variar de acordo
com a construção sintática feita. Nos próximos textos iremos analisar alguns complementos verbais, os termos que
irão completar o sentido do verbo na oração, e nominais, que completam o sentido do nome.
Objeto Direto
O objeto direto é o termo que complementa o sentido
de um verbo transitivo direto e liga-se
a ele sem o auxílio de preposição.
Na construção sintática, na voz ativa, o objeto direto representa o paciente da
ação verbal, quem sofre ação. Na passagem para a voz passiva, será transformado
em sujeito paciente.
É necessário, portanto, que haja um verbo
significativo nessa oração e que seja transitivo direto.
- Verbos
transitivos diretos: são verbos
que recebem um complemento sem uma preposição obrigatória para ligá-lo ao
objeto direto.
Exemplo: Maria comprou as flores.
Notemos que o verbo não tem um total
significado sem o objeto direto que aparece em seguida, nem a necessidade de um
elo de ligação entre os termos.
Para identificar o objeto direto da
oração é necessário buscar seu correspondente, então podemos colocar, após o
verbo, um questionamento.
Exemplo:
Maria comprou (o quê?) – as flores.
Portanto, as flores é classificado como objeto direto.
O objeto direto pode ser representado por:
a)
substantivo:
Pedro vendeu a
casa.
b)
pronomes (substantivo):
A revista publicou tudo.
c)
numeral:
Aquele deputado ganha 20 000.
d)
palavra substantivada:
Ninguém entendeu o porquê da mudança.
e)
oração subordinada substantiva objetiva direta:
Meu avô dizia que
a família é tudo.
O objeto direto pode indicar:
- O
paciente da ação:
Exemplo: Pedro vendeu a casa.
Nesse caso temos um sujeito (Pedro) que
exerce uma ação (vender) sobre seu objeto direto (a casa).
- O
resultado da ação:
Exemplo: Ana construiu uma casa.
Nesse caso temos um sujeito (Ana) que
exerce uma ação (construir) e apresenta um resultado (uma casa).
- O
conteúdo da ação:
Os alunos discutiram
política.
Nesse caso temos um sujeito (os alunos)
que exerce uma ação (discutir) e expõe o conteúdo dessa ação (política).
- Objeto
direto preposicionado:
Em algumas situações específicas são
apresentados objetos diretos precedidos de uma preposição que aparece para
evidenciar o contraste entre o sujeito e o complemento. Esses casos aparecem
quando:
a)
Há um pronome pessoal oblíquo tônico:
Nem ele entende a
nós, nem nós a ele.
Nota: lembremos que pronomes pessoais oblíquos tônico são
aqueles que exercem a função de complemento verbal ou nominal é são OBRIGATORIAMENTE regidos por
preposição.
b)
Quando
for expresso pelo pronome relativo quem:
A pessoa a
quem amo está presente.
c)
Quando for o nome próprio Deus:
A igreja orienta que todos amem a Deus.
d)
Quando estiver complementando verbos que exprimem
sentimento ou manifestações de sentimento:
Consolou aos
amigos.
Não odeio a
ninguém.
e)
Há necessidade de desfazer ambiguidades:
Comeu do bolo na festa. = parte do bolo
Comeu o bolo na festa. = o bolo inteiro
f)
Há inversão sintática e o objeto direto aparece
antes do sujeito:
A homem pobre, ninguém rouba.
g)
Há expressão de reciprocidade:
Conhecem-se uns
aos outros.
- Objeto
direto pleonástico:
Quando a intenção é chamar a atenção
para o objeto direto que precede o verbo, costuma-se repeti-lo, ou seja, ele
torna-se um objeto direto pleonástico.
Exemplo: Aquelas roupas, eu as
comprei em Milão.
Notemos que o pronome oblíquo átono “as”
está retomando “roupas” de modo redundante, evidenciando o objeto direto.
Objeto Indireto
O objeto indireto é o termo que complementa o
sentido de um verbo transitivo indireto
e liga-se a ele com o auxílio de
preposição. Ele pode figurar-se em qualquer tipo de predicado (verbal, nominal
ou verbo-nominal) e necessita, portanto, de um verbo significativo em sua
composição.
- Verbos
transitivos indiretos: são
verbos que recebem um complemento, o objeto indireto, e que necessitam de
uma preposição obrigatória para a união dos termos, portanto essa ligação
ocorre de maneira indireta.
Exemplo: Pedro depende da mãe.
O verbo necessita de um complemento e
este não aparece de forma direta, mas precedido de uma preposição.
Também é possível introduzir um
questionamento após o verbo para identificar o objeto indireto, entretanto é
preciso lembrar de fazer um questionamento preposicionado.
Exemplo:
Pedro depende (do quê?) – da mãe.
Portanto, da mãe é classificado como objeto indireto.
O objeto indireto pode ser expresso por:
a)
substantivo:
Falamos de vários acontecimentos.
b)
pronome (substantivo):
Ele dialogava com todos.
c)
numeral:
É necessário optar por dois.
d)
palavra ou expressão substantivada:
Quem daria dinheiro aos pobres?
e)
Oração subordinada substantiva objetiva indireta:
Esquecia-se de que não havia comida na geladeira.
- Objeto
indireto pleonástico:
Com a finalidade de realçá-lo,
costuma-se repetir o objeto indireto em algumas orações. Neste caso, uma das
formas é obrigatoriamente um pronome pessoal átono. A outra pode ser um
substantivo ou um pronome oblíquo tônico antecedido de preposição:
Exemplos:
A nós nos deram a responsabilidade de executar o projeto.
A mim ensinou-me tudo.
REFERÊNCIAS
BECHARA,
Evanildo. Moderna gramática do português.
38. Ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 7. Ed. Rio de Janeiro: Lexikon Editora Digital, 2017.
LIMA, Rocha. Gramática normativa da língua portuguesa. 49. Ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011
Professor orientador: Cristina Lopomo Defendi
Texto por: Leticia Pilat Esteves
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