Estrutura do texto teatral: atos e cenas

A maioria dos textos teatrais é dividida em partes menores, tradicionalmente denominadas como atos e cenas. Atos correspondem a um ciclo de ação que ocorre em um espaço, sendo a sua mudança geralmente marcada pela troca de cenários. Cenas, por sua vez, podem ser compreendidas como subdivisões de atos, determinadas conforme entradas e saídas de personagens (RYNGAERT, 1996).
Segundo Ryngaert (1996), a forma como são organizadas as partes do texto remete à estética tradicional, que determinava a divisão da tragédia em cinco atos e da comédia em três. Contudo, na prática moderna, podem ser encontradas muitas outras denominações para as divisões que compõem a estrutura externa dos textos teatrais, tais como jornadas, fragmentos, sequências e pedaços. 


Referência bibliográfica:
RYNGAERT, Jean-Pierre. Introdução à análise do teatro. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

ATIVIDADE LÚDICA - 4

PROPOSTA

Criação de cenas complementares ao texto.

TEXTO UTILIZADO

O Noviço, de Martins Pena.

MATERIAIS NECESSÁRIOS

Texto e vídeo.

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Para a realização da atividade, a turma poderá ser dividida em seis grupos, de modo que mais de uma equipe trabalhe com a mesma cena. Os trechos da obra selecionados pelo professor precisarão conter saídas de personagens de cena e elementos que permitirão imaginar como a ação se desenvolverá quando estas não estiverem no palco. Assim, pretende-se trabalhar o conceito “fora de cena” com a turma. 

A partir dos excertos recebidos, os alunos terão de desenvolver, por escrito, uma cena complementar ao trecho, com base em circunstâncias dadas pelo enredo ou em relatos de personagens sobre o espaço exterior ao qual irão quando saírem do palco. Sem deixar de estabelecer uma relação de sentido com o restante da obra, os grupos poderão, então, propor diálogos, ações e personagens para as cenas criadas. Para facilitar a compreensão da classe e permitir que os estudantes se apropriem das cenas, o professor deverá exibir trechos, em vídeo, da peça quando encenada.

Ao final da produção de texto, o docente poderá propor que os grupos encenem em sala as cenas elaboradas. É importante, antes de aplicar o exercício, trabalhar a obra, o autor e a estrutura do texto teatral com os alunos. Recomenda-se que a atividade seja desenvolvida em duas aulas, destinadas à produção de textos e à apresentação.

JUSTIFICATIVA

A dinâmica de criação proposta consiste em um exercício interpretativo da obra, visto que procura verificar, para além do conhecimento acerca do gênero, os sentidos atribuídos pelos leitores ao texto. Busca-se estimular os alunos a manifestarem-se criativamente por meio da produção coletiva de textos e a incorporarem habilidades de exposição em público de suas ideias, com autonomia, através da encenação.

Com este exercício, espera-se promover o desenvolvimento da autoconfiança, da criatividade, da interpretação e da capacidade de trabalhar em grupo. 


Fora de Cena – esclarecendo o conceito:
Conforme afirma Ryngaert (1996), os espaços que interferem no enredo e que são relatados por personagens, mas que não são destinados à representação, existem “fora de cena”. Isso porque, apesar de não desenvolvidos pelo autor, eles estão presentes “nos bastidores”, ou seja, são os locais dos quais saíram as personagens ou locais para os quais elas ainda vão quando ausentes do palco. Cabe ao autor escolher o que deseja mostrar ou ocultar de sua peça.

Resumo do enredo de O Noviço:
O Noviço é uma comédia em três atos que apresenta a história de Carlos, noviço que foge do convento por não possuir vocação para a vida religiosa e que decide desmascarar Ambrósio, vigarista casado com sua tia. Carlos logo percebe que esse homem, com o intuito de receber toda a herança da mulher, tenta convencer a esposa Florência a enviar seus herdeiros, Emília e Juca, ao mesmo destino do sobrinho: o convento. Repleta de confusões, fugas e desencontros, a obra só chega ao fim quando é permitido que Carlos abandone o noviciado e quando Ambrósio, casado também com Rosa, é desmascarado e preso por bigamia. 
A peça, escrita por Martins Pena – introdutor da comédia de costumes no Brasil –, retrata os hábitos da corte do Rio de Janeiro na primeira metade do século XIX. Produzido em 1845, o texto integral, em domínio público, pode ser encontrado no link abaixo:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=1993 

Sugestão de vídeo:
O Noviço, com direção de Antônio Petrin. Disponível em: https://www.youtube.com/playlist?list=PLfRj2o1dUu6eFwBFPAhmenPven3eqOCJB 

Sugestão de trechos:
GRUPOS 1 e 2 – Ato I, Cena XVI (vídeo 2: 6min 15s – 8min 14s)
*Nesta cena, Carlos, usando as vestimentas de Rosa, entrega a mulher aos procuradores, afirmando ser ela o noviço que fugiu do convento. Vestida com roupas de frade, Rosa nada pôde fazer para evitar que fosse levada. Ela sai de cena carregada por oficiais.
Sugestão: os alunos poderão trabalhar com a chegada de Rosa ao convento, desenvolvendo os possíveis diálogos, criando personagens, caracterizando a figura de D. Abade e retratando a confusão que ocorreu ao descobrirem a presença de uma mulher no espaço religioso, conforme o relato do Mestre-Padre no segundo ato da peça (ato II, cena VII).

(Mestre dos noviços e três meirinhos e Rosa vestida de frade e chapéu na cabeça).
ROSA (entrando): Já se foram?
(Assim que ela aparece, o Mestre e os meirinhos se lançam sobre ela e procuram carregar até fora.) 
MESTRE: Está preso. Há de ir. É inútil resistir. Assim não se foge... (Etc., etc.)
ROSA: (lutando sempre) Ai, ai, acudam-me! Deixem-me! Quem me socorre? (Etc.)
CARLOS: Levem-no, levem-no.
(Algazarra de vozes; todos falam ao mesmo tempo etc. Carlos, para aumentar o ruído, toma um assobio que está sobre a mesa e toca. Juca também entra nessa ocasião etc. Execução.)

Relato sobre a confusão no convento (ato II, cena VII):
MESTRE: [...] O D. Abade, ao conhecer que o noviço preso era uma mulher, pelos longos cabelos que ao tirar o chapéu lhe caíram sobre os ombros, deu um grito de horror. Toda a comunidade acorreu e grande foi então a confusão. Um gritava: Sacrilégio! Profanação! Outro ria-se; este interrogava; aquele respondia ao acaso.... Em menos de dois segundos a notícia percorreu todo o convento, mas alterada e aumentada. No refeitório dizia-se que o diabo estava no coro, dentro dos canudos do órgão; na cozinha julgava-se que o fogo lavrava nos quatro ângulos do edifício; qual, pensava que D. Abade tinha caído da torre abaixo; qual, que fora arrebatado para o céu. Os sineiros, correndo para as torres, puxavam como energúmenos pelas cordas dos sinos; os porteiros fecharam as portas com horrível estrondo: os responsos soaram de todos os lados, e a algazarra dos noviços dominava esse ruído infernal, causado por uma única mulher. Oh, mulheres!

GRUPOS 3 e 4 – Ato II, Cena IV (vídeo 2: 17min 38s – 18min 50s)
*Na cena a seguir, o Mestre-Padre dos noviços, acompanhado de oficiais da justiça, determina que Carlos será levado novamente ao convento, por ter fugido de lá e enviado uma mulher em seu lugar. O noviço sai de cena arrastado.
Sugestão: os alunos poderão elaborar a cena da ida do noviço ao convento, desenvolvendo diálogos, criando possíveis personagens, retratando as punições que Carlos recebeu e até tratando da posterior fuga do rapaz, que será relatada pelo mestre no último ato da peça (ato III, cena VI).

CARLOS: O que é lá isso?
(Debatendo-se logo que o agarram.)
MESTRE: Levai-o.
FLORÊNCIA: Reverendíssimo, meu sobrinho...
MESTRE: Paciência, senhora. Levem-no.
CARLOS (debatendo-se): Larguem-me, com todos os diabos!
EMÍLIA: Primo!
MESTRE: Arrastem-no.
AMBRÓSIO: Mas, senhor...
MESTRE: Um instante... Para o convento, para o convento.
CARLOS: Minha tia, tio Ambrósio!
(Sai arrastado. Emília cai sentada em uma cadeira; o Padre-Mestre fica em cena).


Relato de Padre-Mestre sobre a terceira fuga de Carlos (ato III, cena VI):
MESTRE: [...] [Carlos] estava no cárcere a pão e água, mas o endemoninhado arrombou as grades, saltou na horta, vingou o muro da cerca que deita para a rua e pôs-se a panos.

GRUPOS 5 e 6 – Ato II, Cena IX [fragmento] (vídeo 3: 12min 38s – 15min 40s)
*Nesta cena, Florência descobre que seu marido, Ambrósio, é também casado com Rosa. Quando ele tenta fugir das duas mulheres, acaba sendo surpreendido por meirinhos, que declaram que o homem será preso por bigamia. Ambrósio sai de cena fugindo dos guardas.
Sugestão: conforme é possível perceber pelas circunstâncias do enredo, após sair de cena, Ambrósio consegue fugir, já que retornará, no último ato (ato III, cena X), à casa de Florência, para a surpresa da mulher. Os alunos poderão explorar o modo como Ambrósio conseguiu escapar da perseguição dos guardas, as personagens com quem interagiu, o diálogo que teve com o criado José para suborná-lo e até mesmo a forma como arranjou a roupa de frade para retornar à casa da qual foi retirado.

FLORÊNCIA: O que tens? De que te espantas?  
ROSA (adiantando-se): Senhora, este homem pertence-me.  
FLORÊNCIA: E quem é Vossa Reverendíssima?  
ROSA (tirando o chapéu, que faz cair os cabelos): Sua primeira mulher.  
FLORÊNCIA: Sua primeira mulher?  
ROSA (dando-lhe a certidão): Leia. (Para Ambrósio:) conheceis-me, senhor? Há seis anos que não nos vemos, e quem diria que assim nos encontraríamos? Nobre foi o vosso proceder! ...  Oh, para que não enviastes um assassino para esgotar o sangue destas veias e arrancar a alma deste corpo? Assim devíeis ter feito, porque então eu não estaria aqui para vingar-me, traidor!  
AMBRÓSIO (à parte): O melhor é deitar a fugir. (Corre para o fundo. Prevenção.)  
ROSA: Não o deixem fugir! (Aparecem à porta meirinhos, os quais prendem Ambrósio.) 
MEIRINHO: Está preso!  
AMBRÓSIO: Ai! (Corre por toda a casa, etc. Enquanto isto se passa, Florência tem lido a certidão.)  
FLORÊNCIA:  Desgraçada de mim, estou traída! Quem me socorre? (Vai para sair, encontra-se com Rosa.) Ah, para longe, para longe de mim! (Recuando.)  
ROSA: Senhora, a quem pertencerá ele? (Execução.)   

Momento do enredo que revela o retorno de Ambrósio após fuga (ato III, cena X):
(Ambrósio, com hábito de frade, entra [no quarto de Florência] seguindo José.)  
CRIADO: Aqui está a senhora.  
AMBRÓSIO (à parte): Retira-te e fecha a porta. (Dá-lhe dinheiro.)  
CRIADO (à parte): Que lá se avenham...A paga cá está.

Referências bibliográficas: 
O NOVIÇO.  Direção: Antonio Petrin. Texto: Martins Pena. Disponível em: <https://www.youtube.com/playlist?list=PLfRj2o1dUu6eFwBFPAhmenPven3eqOCJB>. Acesso em: 13 maio 2020.
PENA, Martins. O Noviço. 1 ed. [s.1]: Klik.
RYNGAERT, Jean-Pierre. Introdução à análise do teatro. Tradução de Paulo Neves. São Paulo: Martins Fontes, 1996.



ATIVIDADE LÚDICA - 5

PROPOSTA

Jogo de experimentação: brincando com formas de dizer o texto.

TEXTO UTILIZADO

Lisbela e o Prisioneiro, de Osman Lins.

MATERIAIS NECESSÁRIOS

Texto e vídeo.

DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE

Para dar início à atividade, o professor deverá entregar aos alunos, divididos em grupos, uma cena de Lisbela e o Prisioneiro. Em seguida, explicará que, apesar de todos trabalharem com o mesmo trecho, cada grupo focará em um recurso vocal diferente (ritmo, intensidade ou tom), experimentando variações ao longo da leitura para o restante da classe. Nesse momento de contato inicial com a obra, o importante será estabelecer uma relação de prazer entre os leitores e o texto a ser explorado.

Durante o exercício, o mediador conduzirá a leitura de cada grupo como um maestro, por meio de sinais previamente combinados com a classe que indicarão o momento em que os alunos terão de variar o aspecto explorado (exemplo: no caso da equipe responsável pelo tom, variar entre grave, médio e agudo, a depender do sinal emitido).

Ao final do exercício, o professor deverá ressaltar a importância do trabalho com a voz no teatro, salientado que a forma como o texto é lido implica diretamente na interpretação que o público faz da cena e das personagens. Procurando elucidar a explicação, o docente poderá exibir um vídeo da cena em estudo quando encenada por um grupo teatral, a fim de incentivar os alunos a perceberem a importância do uso expressivo da voz.

Recomenda-se que esta dinâmica seja aplicada como forma de introdução à obra, visto que procura, por meio de uma alternativa lúdica, familiarizar os alunos com o texto e incentivá-los a iniciar a leitura da peça. 

JUSTIFICATIVA

Este exercício procura promover a prática da leitura por meio da ludicidade e do contato direto com a obra, já que, a partir de um jogo de experimentação, os alunos poderão brincar com as possibilidades de leitura do texto. Além disso, busca desenvolver a expressividade da voz por meio do trabalho com aspectos linguísticos e paralinguísticos da fala, valorizando a dimensão oral no contato com textos teatrais.


Resumo do enredo de Lisbela e o Prisioneiro:
A obra Lisbela e o Prisioneiro, comédia em três atos ambientada no sertão nordestino, conta a história de amor de Lisbela e Leléu. A moça é noiva do advogado Noêmio, mas acaba se apaixonando pelo artista de circo preso na delegacia comandada por seu pai, o tenente Guedes. Decidida a lutar pelo seu amor, Lisbela enfrenta o pai, o noivo e um matador que jurou assassinar Leléu. Este, por sua vez, arma sua fuga da prisão, mas retorna à cadeia para encontrar a filha de Guedes, com a qual prometeu fugir. A trama se desenvolve em torno de uma série de acontecimentos cômicos, desencadeados por personagens presentes na cadeia de Vitória de Santo Antão, que levam, ao fim da obra, à fuga de Lisbela e o prisioneiro na noite do casamento da moça com o advogado.

Sugestão de vídeo:
Lisbela e o Prisioneiro, com direção de Ricardo Batista. 
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=fkw_q-uBgzw&t=1717s  

Sugestão de trecho:
Ato I, trecho - p. 19-21 (vídeo: 10min 25s -12min 56s)
*O trecho selecionado para a atividade retrata a primeira aparição do noivo de Lisbela na peça. A cena coloca a maioria das personagens da obra em diálogo, evidenciando a figura de dr. Noêmio, que exige que Lisbela se adapte a seus hábitos, tornando-se vegetariana como ele. 
Observação: O trecho a seguir apresenta muitas personagens tipificadas. É importante chamar a atenção dos alunos para o papel da voz na caracterização desses tipos populares.

DR. NOÊMIO: (Entrando.) Lisbela! Isso tem jeito? Isto aqui é lugar para você?
LISBELA: Eu já ia saindo.
DR. NOÊMIO: Mas não devia ter vindo. Aliás, precisamos conversar seriamente. Será que não há jeito de você obedecer-me? (Com displicência.) Como vai, Tenente?
TEN. GUEDES: Mais ou menos, Doutor. O que é que há com a menina?
DR. NOÊMIO: Assunto particular. Falaremos mais tarde.
LISBELA: É sobre as minhas refeições, meu pai. Ele acha que me alimento mal.
DR. NOÊMIO: Pois bem. Já que você falou, é isto. Tenciono pôr filhos sãos no mundo, Tenente. Garotos robustos, alegres, cheios de forças e saúde.
PARAÍBA (Com voz de falsete.): Com essa cara? (Risos)
TEN. GUEDES (A Testa-Seca): Que falta de atenção é essa?
TESTA-SECA: Fui eu não, Tenente. (Apontando Paraíba.) Foi ele.
PARAÍBA: Para que você não sustenta o que diz?
TESTA-SECA: Você não é besta, não? Não foi você que falou. (Leléu observa-os agudamente.)
TEN. GUEDES: Silêncio.
DR. NOÊMIO: Lisbela, vamos. Eu não digo a você que isto não é ambiente?
TEN. GUEDES: Doutor, o senhor compreenda. Nós não somos ricos. De modo que não podemos luxar. Mas lá em casa, graças a Deus, ninguém nunca passou fome.
DR. NOÊMIO: Não se trata de quantidade, Tenente Guedes. E sim de qualidade.
CITONHO: Doutor Noêmio, desculpe a indiscrição. Andaram me falando de uma coisa, mas eu não quis de maneira nenhuma acreditar. Me disseram que o senhor é de uma raça que só come folha.
DR. NOÊMIO: Pois pode acreditar. Sou vegetariano e tenho muito orgulho disto.
CITONHO: Mas a gente vê umas neste mundo! Não está vendo que tomate e chuchu não dão sustança a ninguém?! Agora: feijão, farinha e carne, sim, isso é que é comida. Olhe aqui eu. Estou com mais de oitenta anos, só não como carne na Sexta-Feira da Paixão – e olhe lá... Resultado: uma saúde de ferro. Estou tinindo.
DR. NOÊMIO: Isso é o que o senhor pensa. Seu corpo está envenenado, meu velho, com toxinas até na ponta dos cabelos. Até na sombra.
CITONHO: Envenenado ou não, saúde aqui...como é que diz esse menino?
JABORANDI: É mato.
CITONHO: É mato. Agora se veja o senhor no espelho. Com essa cavilação de não comer carne, já está verde e fino que parece uma folha de alface. (Risadas de Jaborandi e Paraíba.)
TEM. GUEDES: Citonho, eu não estou lhe conhecendo. Você parece que está mas é começando a caducar, sabe? 
CITONHO: Pois eu não estou, que na minha família ninguém caduca cedo.
TEN. GUEDES: E você acha isso cedo?
DR. NOÊMIO: Lisbela! Vamos ou não vamos?
TEN. GUEDES: Doutor, eu vou cuidar desse negócio da comida. Tenha um pouco de paciência com Lisbela. A menina é ainda muito nova, não conhece bem a vida.
CITONHO: Olhe aqui, Doutor Noêmio, eu tenho pra quase noventa anos.
TESTA-SECA: Mentira danada.
PARAÍBA: Daqui a pouco, ele completa cem.
CITONHO: Ou cem ou dezessete, pode acreditar no que eu digo: essa aí não vai mudar nunca.


Referências bibliográficas: 
LINS, Osman. Lisbela e o Prisioneiro. 3. ed. São Paulo: Planeta, 2015.
LISBELA E O PRISIONEIRO. Direção: Ricardo Batista.  Produção: Canastra Real Produções Culturais. Texto: Osman Lins. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=fkw_q-uBgzw&t=1717s>. Acesso em: 09 maio 2020.


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