Classes de palavras
Classes de palavras
Substantivo
|
Palavras que designam de
maneira genérica ou específica, seres, objetos, entidades, ideias. Ex: - homem,
casa, livro, Isabel.
Quaisquer outros objetos
mentalmente a prendidos como substâncias, quais sejam qualidades (bondade,
brancura), estados (saúde, doença), processos (chegada, entrega, aceitação).
Classificação dos substantivos
Ø Concretos
e abstratos
Chamam-se concretos
os substantivos que designam os seres propriamente ditos, isto é, os nomes de
pessoas, de lugares, de instituições, de um gênero, de uma espécie ou de um dos
seus representantes:
homem – Pedro – Maria –
cidade – Lisboa – Brasil – Senado – Fórum – clero – árvore – animal
Dá-se o nome de abstratos
aos substantivos que designam noções, ações, estados e qualidades.
justiça – verdade – glória –
colheita – viagem – opinião – velhice – doença – limpeza – otimismo
Ø Próprios
e comuns
Os substantivos podem designar
a totalidade dos seres de uma espécie (designação genérica) ou um indivíduo de
determinada espécie (designação específica).
Quando se aplica a todos os
seres de uma espécie ou quando designa uma abstração, o substantivo é chamado
comum.
Quando se aplica a
determinado indivíduo da espécie, o substantivo é próprio.
Assim, os substantivos homem,
país e cidade são comuns, porque se empregam para
nomear todos os seres e todas as coisas das respectivas classes. Pedro,
Brasil e Lisboa, ao contrário, são substantivos
próprios, porque se aplicam a um determinado homem, a um dado país e a uma
certa cidade.
Coletivos
Coletivos são os
substantivos comuns que, no singular, designam um conjunto de seres ou coisas
de mesma espécie.
Exemplos:
alcateia (de lobos)
arquipélago (de ilhas)
arquipélago (de ilhas)
atilho (de espigas)
banca (de examinadores)
banda (de músicos) cáfila (de camelos)
cardume (de peixes)
chusma (de gente, de pessoas)
constelação (de estrela)
elenco (de atores)
falange (de soldados, de anjos)
banca (de examinadores)
banda (de músicos) cáfila (de camelos)
cardume (de peixes)
chusma (de gente, de pessoas)
constelação (de estrela)
elenco (de atores)
falange (de soldados, de anjos)
Perfil
morfossintático
Os substantivos variam em
número, gênero.
Categorias de número (gato/gatos, branco/brancos,
o/os, algum/alguns, cujo/cujos, o qual/os quais) e gênero (gato/gata,
branco/branca, o/a, algum/alguma, cujo/cuja, o qual/a qual, duzentos/duzentas)
.
* Aumentativos e diminutivos – Os substantivos
apresentam-se com a sua significação aumentada ou diminuída, auxiliados por
sufixos derivacionais:
Aumentativo Diminutivo
Função sintática
Quanto à função sintática, o substantivo exerce por
excelência a função de sujeito (ou seu núcleo) da oração e, no domínio da
constituição do predicado, as funções de objeto direto, complemento relativo,
objeto indireto, predicativo, adjunto adnominal e adjunto adverbial. Em geral,
na função de sujeito e de objeto direto dispensa o substantivo o concurso de
qualquer outro elemento; nas outras, acompanha-se de índice funcional.
Adjetivo
Palavras que representam atributos, estados e qualidades
dos objetos e entidades nomeados pelos substantivos.
Adjetivo é a palavra que restringe a significação ampla e
geral do substantivo.
Exemplos:
homem magro
gramática histórica
criança talentosa
Perfil morfossintático
O adjetivo faz flexão em gênero e em número.
Categorias de número (branco/brancos) e gênero
(branco/branca).
Ø Número
do adjetivo – O adjetivo acompanha o número do
substantivo a que se refere: Aluno estudioso; Alunos estudiosos.
Ø Gênero
do adjetivo – O adjetivo concorda também em gênero com o
substantivo a que se refere. Conhece, assim, os gêneros comuns ao substantivo:
masculino e feminino: masculino e feminino.
Menino estudioso; Menina estudiosa.
* Gradação do adjetivo
Há três tipos de gradação na qualidade
expressa pelo adjetivo: positivo, comparativo e superlativo, quando se
procede a estabelecer relações entre o que são ou se mostram duas ou mais
pessoas. A gradação no português se
expressa por mecanismo sintático ou derivacional:
O POSITIVO, que não se constitui a rigor numa
gradação, enuncia simplesmente a qualidade:
O rapaz é cuidadoso.
O COMPARATIVO compara qualidade entre dois ou
mais seres, estabelecendo:
a) Uma
igualdade:
O rapaz é tão cuidadoso quanto (ou como)
os outros.
b) Uma
superioridade:
O rapaz é mais cuidadoso que (ou do
que) os outros.
c) Uma
inferioridade:
O rapaz é menos cuidados que (ou do
que) os outros.
O SUPERLATIVO pode:
a) Ressaltar,
com vantagem ou desvantagem, a qualidade do ser em relação a outros seres:
O rapaz é o mais cuidadoso dos (ou dentre
os) pretendentes ao emprego.
O rapaz é o menos cuidadoso dos
pretendentes.
b) Indicar
que a qualidade do ser ultrapassa a noção comum que temos dessa mesma
qualidade:
O rapaz é muito cuidadoso.
O rapaz é cuidadosíssimo.
Função sintática
Os adjetivos funcionam na oração como determinantes. Toda
expressão nominal pode ser expandida por determinantes que têm por missão acrescer
ideia acidental complementar ao significado desse substantivo nuclear.
O adjetivo pode desempenhar função de adjunto nominal
(termo de valor adjetivo que serve para especificar ou delimitar o significado
de um substantivo, qualquer que seja a função deste).
Ex:
Noites claras
prenunciam bom tempo.
Pode funcionar também como predicativo, tanto do sujeito
quanto do objeto.
Ex:
A qualidade
se refere ao sujeito, portanto inteligente é
Sujeito
Verbo de ligação
A qualidade se refere ao objeto, portanto macambúzio
é
Objeto direto
Verbo transitivo
direto
Advérbio
Palavras que expressam circunstâncias ou intensidades de
atributos e ações.
É a expressão modificadora que por si só denota uma circunstância
(de lugar, tempo, modo, intensidade, condição etc.).
Aqui tudo vai bem (lugar e
modo).
Hoje não irei lá (tempo,
negação, lugar).
O aluno talvez não tenha redigido muito
bem (dúvida, negação, intensidade, modo).
O advérbio é constituído por palavra de natureza nominal
ou pronominal e se refere geralmente ao verbo, ou ainda, dentro de um grupo
nominal unitário, a um adjetivo e a um advérbio (como intensificador), ou a uma
declaração inteira:
José escreve bem (advérbio em referência ao
verbo).
José é muito bom escritor (advérbio em referência
ao adjetivo bom).
José escreve muito bem (advérbio em referência ao
advérbio bem).
Felizmente José chegou
(advérbio em referência a toda declaração: José chegou).
Classificação dos advérbios
Na classificação do advérbio, ora se pauta pelos valores
léxicos (semânticos) das unidades que o constituem, ora por critérios
funcionais. No primeiro caso, são os advérbios classificados como denotadores
de tempo (agora, antes, tarde etc.), de lugar (aqui, fora etc.), de quantidade
(tanto, muito, bastante etc.), etc. Pelo segundo critério, teremos os demonstrativos
(aqui, então, agora, aí etc.), os relativos (onde, como, quando, etc.) e
interrogativos (quando?, onde?, como?).
As principais circunstâncias expressas por advérbio ou
locução adverbial são:
1) assunto: Conversar sobre música.
2) causa: Morrer de fome.
3) companhia: Sair com os amigos.
4) concessão: Voltaram apesar do escuro.
5) condição: Só entrará com autorização. Não sairá sem
licença.
6) conformidade: Fez a casa conforme a planta.
7) dúvida: Talvez melhore o tempo. Acaso encontrou o
livro.
8) fim: Preparou-se para o baile.
9) instrumento: Escrever com lápis.
10) intensidade: Andou mais depressa.
11) lugar: Estuda aqui. Foi lá. Passou pela cidade. Veio
dali.
12) modo: Falou assim. Anda mal. Saiu às pressas.
13) referência: “O que nos sobra em glória de ousados e
venturosos navegantes, míngua-nos em fama de enérgicos e previdentes
colonizadores” [LCo apud FB.1, 218].
14) tempo: Visitaram-nos hoje. Então não havia recursos.
Sempre nos cumprimentaram. Jamais mentiu.
15) negação: Não lerá sem óculos.
Perfil morfossintático
Os advérbios não variam morfologicamente.
Função sintática
Os advérbios exercem, na oração, função de adjunto
adverbial.
Ex:
Amou-a perdidamente.
Verbo
Palavras que situam no tempo ações, processos e
atributos.
Individualiza-se, no entanto, pela função obrigatória de
predicado, a única que
desempenha na estrutura oracional.
Perfil morfossintático
Categorias de tempo (moro x morava), aspecto
(morava x morei), modo (morava x morasse), número (mora x moram),
pessoa (morei x mora).
·
Tempo
Tempo é a variação que indica o momento em que se dá o
fato expresso pelo verbo.
Os três tempos naturais são o presente, o pretérito (ou
passado) e o futuro, que designam, respectivamente, um fato ocorrido no momento
em que se fala, antes do momento em que se fala e após o momento em que se
fala.
O presente é indivisível, mas o pretérito e o futuro
subdividem -se no modo
indicativo e no subjuntivo, com o se vê do seguinte
esquema:
·
Aspecto
Trata-se de uma categoria gramatical que manifesta o
ponto de vista do qual o locutor considera a ação expressa pelo verbo. Pode ele
considerá-la como concluída, isto é, observada no seu término, no seu
resultado; ou pode considerá-la como não concluída, ou seja, observada na sua
duração, na sua repetição.
·
Modo
Chamam-se modos as diferentes formas que toma o verbo
para indicar a atitude (de certeza, de dúvida, de suposição, de mando etc.) da
pessoa que fala em relação ao fato que enuncia. Há três modos em português: o
indicativo, o subjuntivo e o imperativo.
O verbo também possui as chamadas formas nominais do
verbo:
O INFINITIVO, O GERÚNDIO e O PARTICÍPIO.
·
Número
Como as outras palavras variáveis, o verbo admite dois
números: o singular
e o plural. Dizemos que um verbo está no singular quando
ele se refere a uma
só pessoa ou coisa e, no plural, quando tem por sujeito
mais de uma pessoa ou
coisa.
Exemplo:
Singular estudo estuda estudas
Plural
estudamos estudais estudam
·
Pessoa
O verbo possui três pessoas relacionadas diretamente com
a pessoa gramatical que lhe serve de sujeito.
1. A primeira é aquela que fala e corresponde aos
pronomes pessoais eu (singular) e nós (plural):
estudo estudamos
2. A segunda é aquela a quem se fala e corresponde aos
pronomes pessoais tu (singular) e vós (plural):
estudas estudais
3. A terceira é aquela de quem se fala e corresponde aos
pronomes pessoais ele, ela (singular) eles, elas (plural):
estuda estudam
OBS: A terceira pessoa também pode
se referir a quem se fala, ao se considerar o “você/vocês” ou outra forma de
nomear com quem se fala.
* Vozes verbais
O fato expresso pelo verbo pode ser representado de três
formas:
a) como praticado pelo
sujeito:
João feriu Pedro.
b) como sofrido pelo sujeito:
Pedro foi ferido por João.
c) como praticado e sofrido
pelo sujeito:
João feriu-se.
No primeiro caso, diz-se que o verbo está na voz ativa;
no segundo, na voz
passiva; no terceiro, na voz reflexiva.
O verbo também possui as chamadas formas nominais do
verbo:
O INFINITIVO (desinência R – “amar”), O GERÚNDIO (desinência
NDO – “amando” e O PARTICÍPIO (desinência DO no particípio regular DO –
“amado”).
Função sintática
O verbo não tem, sintaticamente, uma função que lhe seja
privativa, pois
também o substantivo e o adjetivo podem ser núcleos do
predicado.
Pode exercer então função sintática de núcleo do
predicado, quando o predicado é verbal ou verbo-nominal, já que quando o
predicado é nominal seu núcleo é um nome.
Ex:
Os vizinhos não viram
o incêndio.
– Oração com predicado verbal, o verbo transitivo direto viram
é o núcleo do predicado.
Preposição
Chamam-se preposições as palavras invariáveis que relacionam
dois termos de uma oração ou duas palavras, de tal modo que o sentido do
primeiro (antecedente) é explicado ou completado pelo segundo (consequente).
Assim:
Antecedente
Preposição Consequente
Vou a Roma
Chegaram a tempo
Doce de leite
Preposições essenciais e acidentais –
Há palavras que só aparecem na língua como preposições e, por isso, se dizem
preposições essenciais: a, ante, até, com, contra, de, desde, em, entre,
para, perante, por [per], sem, sob, sobre, trás.
São ACIDENTAIS as palavras que, perdendo seu valor e
emprego primitivos, passaram a funcionar como preposições: durante, como,
conforme, feito, exceto, salvo, visto, segundo, mediante, tirante, fora, afora
etc.
Locuções prepositivas
Eis algumas locuções prepositivas:
abaixo de – a par com – embaixo de – para cima de –
acerca de – apesar de – em cima de – para com – acima de – a respeito de – em frente
a – perto de – a despeito de – atrás de – em frente de – por baixo de – adiante
de – através de etc.
Perfil morfossintático
As preposições não variam morfologicamente.
Função sintática
A preposição não desempenha função sintática na oração,
trata-se de palavras que relacionam dois termos de uma oração.
A preposição não exerce nenhum outro papel que não seja
ser índice da função gramatical de termo que ela introduz.
Ex:
Homem de coragem.
A preposição de vai permitir que o substantivo coragem
exerça o papel de adjunto adnominal do substantivo homem, função
normalmente desempenhada por adjetivo.
Conjunção
A língua possui duas unidades, conector e transpositor
que têm por missão reunir orações num mesmo enunciado.
Estas unidades são tradicionalmente chamadas conjunções,
que se repartem em dois tipos: coordenadas, os conectores e subordinadas, os
transpositores.
Ø Conjunções
Coordenativas
As conjunções coordenativas se distribuem por cinco
classes:
Aditivas: e, nem.
Adversativas:
mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto.
Alternativas:
ora...ora; quer...quer; já...já; seja...seja.
Conclusivas:
logo, pois, portanto, consequentemente, por conseguinte etc.
Explicativas:
que, pois, porque, portanto.
Ø Conjunções
Subordinativas
As conjunções subordinativas são as seguintes:
Causais: que, porque,
porquanto, como, já que, desde que, pois que, visto como, uma vez que, etc.
Consecutivas: Que
(relacionado com tal, tão, tanto, tamanho) -, de modo que, de maneira que, de
sorte que, de forma que.
Concessivas: embora,
conquanto, ainda que, posto que, se bem que etc.
Finais: para que, a fim de
que, porque, que etc.
Condicionais: se,
caso, contanto que, sem que, uma vez que, dado que, desde que etc.
Proporcionais: à medida
que, ao passo que, à proporção que etc.
Conformativas: como,
conforme, consoante, segundo etc.
Temporais: apenas, mal, quando,
até que, assim que, antes que, depois que, logo que, tanto que etc.
Comparativas: Que,
do que (relacionados a mais, menos, maior, menor, melhor, pior) -, qual
(relacionado a tal) -, como (relacionado a tal, tão, tanto); como se etc.
Integrantes: que
(para a afirmação certa) e se (para a incerta).
Perfil morfossintático
As conjunções não variam morfologicamente.
Função sintática
As conjunções não exercem função sintática propriamente
ditas, já que são conectivos. Porém, funcionam como coordenantes, quando ligam
palavras ou construções da mesma função.
Ex:
A pobreza e a preguiça andam sempre em companhia.
Ou subordinantes, quando dão origem a sintagmas derivados
habilitando-os a novas funções.
Ex:
Soubemos que vai chover.
Numeral
É a palavra de função quantificadora que denota valor
definido.
Podem-se usar individualmente, com o valor de
substantivos (três e dois são cinco), ou como adjetivos, isto é, junto de um
substantivo, ao qual acrescentam uma indicação de quantidade, ou de ordem (três
livros, dois álbuns, quinto aluno da classe).
Tipos de numerais
Os numerais podem ser:
Cardinais – um, dois, três,
nove, vinte, trinta etc.
Ordinais – primeiro, segundo,
quinto, último, vigésimo etc.
Fracionários – meio
ou a metade, um terço, um quinto, um milésimo, onze avos etc.
Multiplicativos - duplo
ou dobro, sétuplo, triplo ou tríplice, quíntuplo etc.
Perfil morfossintático
O numeral varia em categorias de número e gênero
(duzentos/duzentas).
Função sintática
Os numerais podem exercem função sintática de adjunto
adnominal.
Ex:
Casara-se
havia duas semanas.
Os numerais podem ainda substantivar-se, quando
precedidos de artigo ou outro determinativo. Podendo funcionar assim como
sujeito, objeto, predicativo.
Ex:
Os dois
acabaram chegando cedo.
Tinha o dobro da minha grossura e era vermelho malagueta
Pronome
Pronome é a palavra que denota o ente ou a ele se refere,
considerando-o apenas como pessoa do discurso.
Pessoas do discurso se chamam o indivíduo que fala, o
indivíduo com quem se fala e o indivíduo ou a coisa de que se fala.
Pronomes são palavras que se referem aos seres sem
discriminá-los no universo designado.
Classificam-se os pronomes em seis grandes
grupos:
Pessoais: caso reto –
eu, tu, ele/ela, nós, vós, eles/elas. Caso oblíquo – me, mim, te, ti,
lhe, o, a, se, ele, ela, si, nos, nós, vos, vós, lhes, os, as, se, eles, elas,
si.
Demonstrativos:
este, esta, isto, esse, essa, isso, aquele, aquela, aquilo.
Relativos: são palavras que
reproduzem, numa oração, o sentido de um termo ou da totalidade de uma oração
anterior. Ex: Eu sou o freguês que por último compra o jornal.
Possessivos: meu,
minha, meus, minhas, teu, tua, teus, tuas, seu, sua, seus, suas, nosso, nossa,
nossos, nossas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua, seus, suas.
Indefinidos:
alguém, ninguém, tudo, nada, algo, outrem.
Interrogativos:
quem, que, qual e quanto.
Perfil morfossintático
Pronomes indefinidos e relativos: categorias de número
(algum/alguns, cujo/cujos, o qual/os quais) e gênero (algum/alguma,
cujo/cuja, o qual/a qual).
Pronomes pessoais, demonstrativos e possessivos. Categorias
de pessoa (eu/ele, meu/seu, este/aquele), gênero (ele/ela,
meu/minha, este/esta) e número (ele/eles, meu/meus, este/estes).
Função sintática
Vários são os pronomes existentes na língua portuguesa,
eis alguns exemplos das funções sintáticas que podem exercer.
A rigor, o pronome pessoal reto funciona como sujeito e
predicativo, enquanto o oblíquo como complemento.
Ex:
Eu
saio. Eu não sou ele. Eu o vi.
Não lhe
respondemos.
Os pronomes demonstrativos funcionam como adjunto adnominal.
Ex:
Esta
manhã prometia chuva.
O pronome reflexivo se pode funcionar como:
§
Objeto direto:
Ele se feriu.
§ Objeto
indireto:
Ela se arroga essa liberdade.
§ Complemento
relativo:
Eles se gostam.
§ Índice
de indeterminação do sujeito:
Vive-se bem.
Lê-se pouco entre nós.
Precisa-se de empregados.
O pronome relativo que pode exercer função de:
§ Sujeito:
Quero ver do alto o horizonte,
Que foge sempre de mim.
(O. Mariano,
TVP, II, 434.)
[que = sujeito de foge].
§ Objeto
direto:
—Já não se lembra da picardia que me fez?
(A. Ribeiro,
M, 67.)
[que = objeto direto de fez].
§ Objeto
indireto:
Eu aguardava com uma ansiedade medonha esta cheia de
que tanto
se falava.
(J. Lins do Rego, ME, 58.)
[de que = objeto indireto de se falava].
§ Predicativo:
Não conheço quem fui no que hoje sou.
(F. Pessoa, OP, 91.)
[quem e que = predicativos do sujeito eu, oculto].
§ Complemento
nominal:
Lembrava-me de que deixara toda a minha vida ao acaso e
que não pusera ao estudo e ao trabalho com a força de que era capaz.
(Lima Barreto, REIC, 287.)
[de que = complemento nominal de capaz].
Artigo
Palavras que, antepostas aos substantivos, apenas
informam se as entidades/conceitos que eles designam são conhecidas ou não.
Tipos de artigo
Há dois tipos de artigo:
Definido: o (a, os, as).
Indefinido: um
(uma, uns, umas).
O primeiro se junta ao substantivo para indicar que se
trata de um ser claramente determinado entre outros da mesma espécie — que o
ouvinte ou o leitor já sabem quem é, pelas circunstâncias que cercam a enunciação
da frase:
O
governador foi muito aplaudido durante a convenção.
O segundo se emprega para mencionar um ser qualquer entre
outros da mesma espécie — que não individualizo, nem o ouvinte ou o leitor saberão
precisar quem seja:
Um
governador foi muito aplaudido durante a convenção.
Perfil morfossintático
Os artigos variam em categorias de número (o/os) e
gênero (o/a).
Função sintática
Sintaticamente o artigo é um determinante. Exerce função
de adjunto adnominal do substantivo a que se refere.
Ex:
O livro está esgotado.
Interjeição
É a expressão com que traduzimos os nossos estados
emotivos. Podem ser representadas por uma palavra, um conjunto de palavras ou
até frases.
Eis algumas interjeições, classificadas de acordo com o
sentimento que
exprimem:
— De alegria: ah!, oh!, olá!
— De desejo: oxalá!, tomara!
— De dor: ai!, ui!
— De chamamento: alto!, psiu!
— De silêncio: psiu!, caluda!
— De advertência: cuidado!, alerta!
— De incredulidade: qual!, ora!, Meu Deus!
Perfil morfossintático
As interjeições não variam morfologicamente.
Função sintática
Por serem palavras que se empregam para exprimir emoção,
as interjeições não possuem função sintática.
Referências:
ALMEIDA, Napoleão Mendes. Gramática metódica da língua
portuguesa. 46 ed. São Paulo: Saraiva, 2009.
AZEREDO, José Carlos.
Gramática Houaiss. PubliFolha: São Paulo, 2009.
BECHARA, Evanildo. Moderna
gramática do português. 38. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.
CUNHA, Celso; CINTRA,
Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 7. ed. Rio de Janeiro:
Lexikon, 2017.
LIMA, Rocha. Gramática
normativa da língua portuguesa. 49. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011.
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